quinta-feira, 28 de maio de 2009

Saudade

Este poema foi escrito em 2006 numa altura em que a minha poesia atravessava uma grave crise de independência estilística e uma grande abstractividade. Ainda assim consigo achar alguma "piada" a este poema...

Saudade da terra,
Saudade de alguém,
Dizemos tanta vez saudade
Mas saudade só conhece ninguém.

Ausência de dor
Ou presença dela
Não interessa a quem sente saudade
Apenas ficar à janela
E fitando uma falsa tela
Morto vivo de cidade

E afinal o que é?
O que é o quê se não sabemos que é?
Confusão me causa tal ser.
E ser ou ser não é questão.
Questão de coração poderei dizer.

Mas quem sente não é vivo.
E vivo é quem sente.
E o mundo do fado entende.

Seja eu tal fruto de uma pequena
Sensação que desconhecemos
E como meros espectadores à janela
Fitemos então a nossa tela
E vivamos.

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