quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Amor de perdição (O último poema)

Perdi-me.
Perderam se as cores do arco-íris.
Perdeu-se o ar que respiro.
Perdeu-se a vida que eu vivo.
Perdi-te.

Perdi-te.
Perdi a identidade.
Perdi a felicidade.
Perdi hoje o meu sorriso.
Perdi-me.

Perdi-me.
Para sempre coroado.
Por últimas palvras "Eu amo-te".
Eternas se cumpram estas.
Ainda que se percorram outros caminhos.
Perdi-te.

Tudo para mim,
Nada de mim.
Nada sobra, nada resta.
Só e apenas as eternas.
E se cumpram um dia mais tarde.
Sengundo um designio apropriado.
Para cerimónia de aliança.
Aconteça o que acontecer.
Para sempre
Para todo o sempre.
Lyfe

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Vídeo (Caí, Levantei, Perdi, Superei)

Pequeno vídeo elaborado por mim ao piano recitando o tão especial poema Caí, Levantei, Perdi, Superei



Obrigado!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Caí, Levantei, Perdi, Superei

Perdemos tantas guerras
Sumem-se tantas palavras
Se nos foge o raciocínio
Pra nós só ficam mágoas

Porquê mudar
Porquê ficar
Porquê ter de escolher
Um caminho para sofrer

Ó semente em que me tornei
Porque fui aqui plantado
Crescendo em mil negreiros
Do meu corpo fui retirado

Pesa o peso mais pesado
Corre fria esta dor sentida
Pelo meu imaginário
De mil uma é mais querida

Negras são as correntes
Que prendem a sua proa
E seus passageiros dementes
Não conhecem terra boa

Ó vida porque me tornaste
Num destes loucos incautos
Sem minha razão me entregaste
À dúvida dos mares altos

Fujo do mar, das caravelas,
E volto a porta segura
Ou observo, nas suas janelas
O cheiro da doce ternura

Perfume do diabo
Que já muitos conquistou
Não me enganes, ó vida
Nesses mares eu já não estou

Não percebo se já estive,
Ou se assim a mim me minto
Parte, ó doce caravela
E deixa o meu coração repousar

Se apenas fui confuso
Fica aqui o meu desejo
Sou de ti ignorante,
E no sonho me persegues
Para arrancar um novo beijo

Se de tua não for a culpa
Partirei em devaneios
Cala o som, fecha os teus olhos
E finda em estaca meus receios

Ó doce e bela paisagem
Não sei se loucos te chegarão
Despeço-me por coração
Assim manda obrigação
De um pesar que não terão.

domingo, 9 de maio de 2010

Cruel Verdade

São minhas palavras sentidas
São meus os segrados guardados
E dessas verdades perdidas
Trazem de novo mundos mudados

Oh tão cruel culpa da verdade
Naquilo que me tornaste
Tão vil tua de ser a vaidade
Que a duas vidas condenaste

Te repito vil e se possa mais
Por me teres assim em desdém
Te prego em cruz e sofram os tais
Pois a verdade não honra ninguém

Inconviniência talvez no acaso
Mas ainda assim não quero saber
Te culparei, ó triste atraso
E talvez assim possa esquecer

Mas nem por mim eu sofro tanto
E prendes aqueles a quem sorri
Prende o meu coração entretanto
Pois se é assim, eu já morri

E nem em tanto palavras se cumpram
Pois ao vil chronos te juntaste
Deixai ao vento que nos partam
E nele se fique o que tu separaste

Triste e frio é o meu caminho
Se busco forças na escuridão
Ao caminhar, corro sozinho
Ao me deitar foge a emoção

Volte o tempo ou fuja a verdade
Resolvam ó deuses o meu tormento
Se me enraivece a tua saudade
Pior me mata teu sentimento

Passado agora já não interessa
Pois da verdade me calei
E até que se volte mais calmo à pressa
Mais verdade eu não direi

Calado em vida assim serei
Por não perder tanto por isso
E assim no fim melhor farei
Se me tomar por vil submisso

Não me tente o povo por condenado
Se a razão é tão sublime
Mentir por medo não é pecado
Mentir-me a mim tão pouco é crime

Entrego a alma se for preciso
Pois só eu sei me custa o quanto
Não ver mais o teu sorriso
Nem sorrir ao teu encanto

E é último o meu rugido
De dor, angústia ou libertação
Me faça eu por mais temido
Na verdade da união

Me findo de desejo evidente
E transcrevo por final
Na verdade inconviniente
Mora o erro mais fatal

terça-feira, 13 de abril de 2010

Ternura de um susurro

Agora que a minha vida deu uma grande volta, novos projectos se avizinham e preparar-me para eles é um ganho de consciência adquirido. Uma vez mais, o meu coração expande e dessa receita de sentimentos eis que surge um susurro. Conta-mo o vento num assobio terno. Tudo aquilo que o vento me disse eu vos digo a vós também:

Lábios de seda,
Perfume de céu,
Um toque de amor,
Uma nuvem de véu.

Um olhar penetrante.
Um beijo selado.
Se tão mais tal for errante,
Esse amor arde ao meu lado...

Na calada desta noite
E para segredo de um Deus,
Eu te sinto! Eu te vivo!
Até mais e sem adeus...

E se nem o amor dita,
Um sentir tão superior,
Sejamos ambos a bendita,
Fala ao que sente o calor.

De alma, corpo e coração,
Ou até um algo mais...
Mas não há orgãos que ditem
O sentir dos imortais.

Se o amor houvera visto
Tudo ou mais do que sentimos,
Ainda mais neste imprevisto
Do sentir em que sorrimos.

Sobre o amor a ti te ponho,
E assim tão acordados,
Vive em mim, vive o meu sonho
De dois seres apaixonados.

No meu mar se acalmem ondas!
No meu céu se acalme o vento!
Pois deix'o mar e o vento sentir,
A magia deste momento.

Para sempre e até então
Que eu me sinta superior,
Vem-te a mim, dá-me a mão,
Se é meu teu tão mais que amor.

A ti venero ó minha rainha;
E te diz coração consolado
Que nas estrelas, no infinito,
Para sempre estarei ao teu lado...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

A lei dos mortos

Sempre vi e ouvi crescer,
Os sussuros dos mais temidos,
Entendesse pra meu ser,
Se então ao meu temer,
Fossem sempre tão parecidos.

E mais diferentes na costura,
Se fizesse outro vestido,
Não sab'ia que ternura,
Me faria o corrigido.

Não me sei expelir em doença,
E menos falta para demora,
De chegar à minha crença,
De que menos falta à hora.

E em tempo ou contra-vida,
Vai suando em minha face,
Se a paixão fosse esquecida,
Viveria outro enlace.

Não tão pode ser o ponto,
Se amor não é não mais sei ver,
Estima em vida se tão tonto,
Cair fundo e me perder.

"Dimais" pensa o meu pensar,
"Kanto" o choro se chorar,
Preso à vida se me desse,
Pelo mais que ansiar.

Terço e no futuro eu paro
Se presente é a razão,
Me elevo ao que não reparo,
Pois só mando na emoção.

E razão não conheci,
Pois mais que não sei se agora,
Fosse a razão em que me perdi,
A razão da minha demora,

E indeciso me vai caindo,
Quanto mais passa do "cronos"
Espero a moça que saindo
Me diga quem já não nos fomos.

Pára assim ó tão cruel,
E segue a alma do ministro,
Se for essa a solução,
Deixa andar o meu sinistro.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Carta à senhorita ÉNE...

Passa negro e tão mais escuro,
Como o peso da solidão.
Quando aperta o coração,
Já não mais sinto seguro.

Pois partiu e sei não foi,
Por razão talvez incerta,
Nesta vida tão deserta,
Não entende como dói.

E mais soturno não posso ser,
Se me foge o sentimento,
Coração se endura em cimento,
Pr'em simples estátua se converter.

Fujo dos outros. Fujo de mim.
E arrasto a prespectiva.
Mas nem diva ou cativa,
Me podem garantir que sim,
Que tudo isto é uma mentira.

Talvez tu idolatrada,
Mas já nem tu te queres consumir,
na preocupação do evoluir,
Se há um fim para esta estrada.

Sinto falta dos teus sais,
E deles faço agora os meus,
Escrevendo em fórmula de Deus,
Ordeno a morte dos imortais.

Se de tudo resultou,
Um fruto de grama e meia,
Não se fale em barriga cheia,
Nem do mal que este causou.

Pois sabemos que assim não será,
E de tudo a sensação,
Desse termo ao coração,
Se não mais que a determinação,
De felicidade que terá.

Se assim pode ser, então não sei,
Se foi um erro, não saberia.
Se me invoca sabedoria,
"Foi amor", é o que direi.

Te peço assim que tudo dividas.
E de volta te possa ter,
Pois nas horas esquecidas,
És alento ao meu sofrer,

Mergulho mais a mia voz,
Se esperar for o destino
Um destino tão atroz,
Como aquele do meu caminho.

De todas e outras formas,
Poderia dizer que te amo,
Como irmã, se assim me tomas,
Como amiga, se assim lhe chamo.

E até que ocorra a mudança,
Continuo em sofrimento,
Pois mais forte é o momento,
Com a dor da esperança.

Assim vazio e sem pudor,
Espero e mais sofro com isso,
De cabeça e vida levo o sumiço,
Assim dito a minha dor.